2

Vocês estão prontos/as para o ciclofeminismo?

Esta é a tradução da matéria “Êtes-vous prêt-e-s pour le cycloféminisme?” (“Vocês estão prontos/as para o ciclofeminismo?”), originalmente publicada na edição especial de novembro sobre “Ecologia e feminismo: o mesmo combate?” da revista francesa “S!lence”, sobre as oficinas não-mistas para conserto de bicicletas. Um agradecimento especial à Kelly Koide, que traduziu e compartilhou o texto, além de autorizar a publicação dele aqui e entrar em contato com a editora e com quem produziu esta matéria originalmente, e à Talita Noguchi, que fez o pedido/convite à Kelly para a sua tradução ser publicada aqui.

Por: Guillaume Gamblin / Fotografia: Annabelle Folliet / Tradução: Kelly Koide

revista francesa Silence oficina bicicleta mecânica mulheres 1

“Vocês estão prontos/as para o ciclofeminismo?”

O coletivo “À vélo, Simone!” [De bicicleta, Simone!] criou em Lyon uma oficina não-mista de reparação de bicicletas, “As horas felinas”. Esse tipo de espaço anti-sexista se desenvolve em diversas oficinas de bicicleta

“No começo, quando eu pedalava, sempre ficava pra trás”, explica Kelly Koide, ciclista assídua há alguns anos e membro do coletivo “À vélo, Simone!”, de Lyon. “Quando troquei de bicicleta, passei a pedalar mais rápido e distâncias maiores.”. Como ela, muitas mulheres têm bicicletas pouco eficazes. Elas querem, por exemplo, ficar sobre o selim com os pés mais próximos do chão, por falta de confiança. Resultado: com as pernas menos esticadas, elas têm menos força pra pedalar. É um pouco como a diferença que existe entre tênis apropriados e sapatos de salto alto para corrida.

Ser uma mulher de bicicleta

As práticas em torno da bicicleta ainda continuam diferentes para homens e mulheres, ponderam Kelly e Marine Joos, que também integra coletivo. Elas constatam: “quando estou subindo a colina da Croix Rousse [bairro de Lyon] de bike, várias vezes as pessoas me aplaudem” – algo que não acontece com os homens.

Além disso, alguns estudos mostram que os acidentes que ocorrem com homens e mulheres não são do mesmo tipo. Para estas, pode ser mais difícil de se impor e ocupar espaço nas vias. Como consequência, elas podem subir mais nas calçadas, que não são adaptadas às bicicletas, ou ficar nos bordos das pistas, expostas ao risco de serem atingidas por portas de carros que se abrem. As mulheres ficam mais vulneráveis na tentativa de se protegerem.

Oficinas para se proteger do sexismo

É por essas razões que certas mulheres, como Kelly e Marine, sentiram a necessidade de criar espaços anti-sexistas no mundo da bicicleta. Ainda mais nas oficinas de reparação, onde a mecânica abriga um universo impregnado de sexismo e de difícil acesso às mulheres.

Foi no “Atelier du Chat Perché”, oficina associativa e autogestionada de reparação de bicicletas, que essa idéia se concretizou, em janeiro de 2015. Duas vezes por mês são organizadas permanências de reparação em modo de “mistura selecionada sem homens cisgênero“, explica Marine. Do que se trata? Resumidamente, todas as pessoas são bem vindas, com exceção daquelas que nasceram homens e reconhecem sua identidade no gênero masculino (1). Trata-se, então, de acolher mulheres, mas também pessoas travestis, transgêneras, intersexo etc., e de oferecer a elas um lugar de descoberta e aprendizado da mecânica de bicicleta, dissociado dos comportamentos sexistas.

revista francesa Silence oficina bicicleta mecânica mulheres 2

Um espaço de ajuda mútua com outro clima

Como são essas oficinas? “Cada permanência dura de 3 a 4 horas. Ela começa com um pequeno curso de mecânica de uns 15 minutos, seguida por um tempo de reparação, e termina com um momento de discussão com umas brejas ou um piquenique”, explica Kelly. “Nós somos 4 ou 5 voluntárias para acolher e acompanhar as mulheres. Em relação às permanências mistas, rola mais cumplicidade, nós nos sentimos mais próximas”, continua ela. “Ocorre mais ajuda mútua”, diz Marine, “e menos tempo de espera para mexer nas bicicletas. Tem um clima bem diferente”. Esses momentos permitem que mulheres que tenham tido experiências ruins em oficinas possam voltar à mecânica. E, de maneira ampla, são uma ocasião e um meio de refletir sobre a construção de saberes não masculinos, a confiança em si mesma e a ocupação do espaço.

Quais foram as reações? “No começo, foi difícil convencer os outros membros da oficina de fazer uma permanência de reparação à parte”, explica Marine. “Para aceitar essa ideia, é preciso que os homens tomem consciência de seu estatuto de dominantes”. Às vezes, nas oficinas mistas, os/as usuários/as diziam que a criação de um espaço não-misto os/as incomodava. Mas Kelly nota uma evolução: agora, durante as permanências mistas, os voluntários prestam mais atenção e ficam mais sensíveis à questão do sexismo. No entanto, lamenta Marine, “as pessoas ainda nos questionam com frequência sobre o porquê desse espaço com ‘mistura selecionada’, prova de que isso ainda é algo que desperta estranhamento. A gente tá cansada de se justificar toda hora!”

Uma rede francesa e mundial de ciclistas anti-sexistas

Para criar esse horário de permanência dentro da oficina, as mulheres do Chat Perché pesquisaram o que já existia até o momento. Elas participaram do encontro internacional do Heureux Cyclage, a rede nacional francesa de oficinas de bicicletas participativas e solidárias, que havia sido dedicado à temática do sexismo. Em Saint-Étienne, elas conheceram os/as voluntários/as de uma oficina que ocorre num espaço chamado “Une lieu” [uma lugar], que funciona com ‘mistura selecionada’ sem homens cisgênero, e que faz um trabalho não apenas sobre o sexismo, mas também sobre outros tipos de dominação: de raça, classe etc.

Essa constelação de feministas não se restringe à França – longe disso. Em São Paulo, no Brasil, o coletivo Pedalinas, criado em 2009, organiza todos os meses uma “massa crítica” exclusivamente para mulheres. Elas são pouco numerosas, mas persistem, sendo o seu objetivo dar confiança umas às outras para andar pela cidade. “Quando cheguei ali em 2010”, diz Kelly, “eu estava começando a pedalar. Uma menina veio me buscar em casa e fomos andar em grandes avenidas; eu tinha medo, mas ela me passou muita confiança.”. Na Espanha e na Itália, os coletivos também organizam oficinas e ações em torno do sexismo e da bicicleta, e os Estados Unidos não deixam a desejar (veja a legenda da foto), formando assim uma internacional de ciclofeministas, discreta mas determinada…

(1) “cis” vem do latim, “do mesmo lado”, antônimo de “trans”. “Cisgênero” se refere então a uma pessoa cujo gênero está em adequação com o papel social esperado (comportamento, profissão…) em função do sexo atribuído no nascimento (macho/fêmea ou homem/mulher).

 

clitoral mass“Clitoral mass, nos Estados Unidos”. Em Los Angeles, em 2012, por iniciativa do coletivo “Ovarian Psycos”, algumas mulheres inventaram uma variação da “massa crítica”, ocupação em massa e reivindicativa da rua por bicicletas. Hoje, elas organizam em Los Angeles, Oakland, Chicago, Nova Iorque, Atlanta e Toronto a “clitoral mass” ou “massa clitoriana”, a fim de encorajar as mulheres a andar de bicicleta com um sentimento de prazer, de segurança e de confiança em si mesmas, e de facilitar sua liberdade de movimento. Infos (em inglês) em http://ovarianpsycos.com e http://clitoralmass.org.

Vídeo
0

Como instalar fita antifuro

Depois da segunda ou terceira vez que o pneu da nossa bike fura em um espaço de menos de um mês, a gente começa a se perguntar se não tem um jeito de evitar essa situação desagradável. Ou você é uma pessoa precavida que não precisa passar por essa dor de cabeça tantas vezes e prefere já se preparar contra isso. Bom, tem um jeito, sim, de diminuir as chances de passar por esse pequeno perrengue: colocar uma fita antifuro no pneu.

A fita antifuro é geralmente composta de poliuretano, um material plástico mais resistente, e sua função é impedir que o detrito que perfurou o pneu (seja um caco de vidro ou uma tachinha, por exemplo) atinja a câmara de ar. Assim, evita que essa câmara se esvazie e o pneu murche. Então, ela é colocada entre o a parte interna do pneu e a câmara de ar.

Na hora de comprar um par de fitas antifuro (para colocar tanto no pneu traseiro quanto no dianteiro), é bom prestar atenção no tamanho dela, se ela é adequada ao tamanho do seu pneu. Essa informação geralmente é apresentada na forma de uma tabela na embalagem do produto. O tamanho do pneu pode ser verificado na lateral do próprio pneu, da mesma forma que a indicação da calibragem que foi explicada neste vídeo. Um exemplo de tamanhó é “700×23” (como já mostramos neste outro vídeo).
Materiais:

1. Chave de boca 15 (quinze) ou chave estrela 15, se a sua roda for presa por parafuso, e não blocagem (para saber como abrir o parafuso da roda, temos este tutorial;
2. Espátulas.

Como instalar fita antifuro:

1. Tirar a roda da bicicleta com a chave 15, se ela for de parafuso, soltar uma das bandas do pneu com a espátula e retirar a câmara (já explicamos neste tutorial);
2. Colocar a fita antifuro com o lado preto em contato com a parte interna do pneu, tomando o cuidado de começar com a extremidade no lado oposto ao do buraco onde se encaixa o bico da câmara;
3. Grudar a fita antifuro (não precisa de cola extra) por toda a circunferência interna do pneu, até a outra extremidade se encontrar com a primeira;
4. Colocar a câmara de volta e encaixar o pneu de volta no aro com a espátula(também já explicado neste tutorial).
5. Encaixar a roda de volta no quadro da bicicleta.

Uma dica na hora de encaixar o pneu no aro é deixar a indicação de calibragem de pneu (escrita na lateral do pneu) próxima ao encaixe do bico da câmara, para facilitar a leitura dessa informação na hora de encher o pneu.

Vídeo
3

Calibragem de pneu

Por algum motivo (pneu furado ou esvaziamento com o tempo) você precisa encher seu pneu, mas não sabe o quanto de ar precisa colocar? Bombas de ar de posto de gasolina ou bombas de ar com manômetro (o visor parecido com um relógio) indicam o quanto de pressão de ar você está colocando, mas é sempre bom saber a medida ideal para você pedalar mais confortavelmente ou com mais velocidade.

A maioria dos pneus de qualidade razoável a superior têm escrita na sua banda lateral uma medida recomendada, indicada junto à unidade de medida de pressão conhecida como P.S.I. (“pound force per square inch” ou “libra por polegada”).

Quanto mais próximo à pressão máxima recomendada, a câmara de ar fica mais cheia e o pneu fica mais  “duro”, o que é melhor para quem quer pedalar mais rápido. Em contrapartida, se não tiver sistema de amortecimento na bicicleta, você sentirá mais todos os buracos e irregularidades do solo ou asfalto. Os pneus que usam maior pressão geralmente são os mais finos (slick), próprios para ciclismo de estrada ou outra modalidade de alta velocidade.

Para quem precisa enfrentar a buraqueira do asfalto no dia a dia, fica mais confortável colocar 80% da pressão máxima indicada.

 

Vídeo
2

Tamanho de roda e de quadro de bicicleta

Uma dúvida que surge com bastante frequência na hora de comprar uma bicicleta é ao escolher o tamanho de quadro ou o do aro da roda: quando eles usam a mesma unidade de medida (em polegadas), qual a diferença entre elas? O que é uma bike tamanho 17″ (dezessete polegadas) ou um aro 26″? Esses números significam o quê?

A Talita Noguchi, do bar e bicicletaria Las Magrelas, explica brevemente o tamanho do quadro, e a função mais comum para cada tamanho de aro.

Ao adquirir uma bicicleta, a medida mais importante é a do quadro, pois deve ser adequada à altura (entre outras medidas, como a do cavalo também, que foi mencionado neste texto) da pessoa que vai usá-la. Um modelo de tamanho médio, para quem tem por volta de 1,60 m de altura, por exemplo, é de 16 a 17″ ou 50 a 51cm.

Esses números de quadro levam em conta o tamanho do tubo superior (em inglês, “top tube”, é o tubo do quadro que fica na parte superior, ligando o selim ao guidão) e o do tubo do assento/selim (“seat tube”, um tubo mais vertical, que liga o selim ao eixo do pedivela/pedal).

É importante escolher uma bicicleta com o tamanho de quadro certo, pois usar um maior ou menor do que o ideal pode causar desconforto e dores ao pedalar ou até, em casos mais graves, problemas ortopédicos.

Os aros de roda, por sua vez, são mais encontrados nas seguintes medidas: 20″, 26″, 29″ e 700 (este último usa outra unidade, não em polegadas).

O aro 20″ é utilizado em bicicletas infantis, de BMX (usadas em algumas modalidades de manobras) em dobráveis e nas bicicletas moulton, que são pouco conhecidas aqui no Brasil.

O aro 26″ é o mais encontrado no Brasil. É encontrado em uma grande variedade de bikes, desde as de uso urbano até as de corrida de estrada. Também é a mais recomendada para cicloviagens, por ser fácil de adquirir em qualquer bicicletaria em locais mais afastados das capitais e centros urbanos.

A aro 29″ é bastante usada em bicicletas de MTB (mountain bike), uma medida mais recente criada para um melhor desenvolvimento na terra, o mesmo acontece com os aros 27,5″.

A de 700, pelo seu tamanho maior e relação com velocidade, é relacionada a bicicletas de corrida de estrada e também muito comum em bicicletas fixas.

Vídeo
0

Entrevista: Federica Fochesato – Cicloviagem

Siiiiim! Temos nova entrevista!!!!

Federica Fochesato é educadora socioambiental e jornalista, escreve sobre cidades e mobilidade no jornal O Vale (http://vidanacidade.ovale.com.br/) e também para o site Vá de Bike (http://vadebike.org/author/federica/).

Ela conversa com a Talita Noguchi, do bar e bicicletaria Las Magrelas, sobre cicloviagens e divide conosco a experiência de viajar sozinha ou com a companhia de outra mulher, que tipo de bike utiliza suas cicloviagens e sua bagagem, menciona algumas das rotas cicloturísticas tanto no Brasil quanto no exterior, além de dicas para quem está planejando fazer sua primeira cicloviagem.
Algumas das rotas cicloturísticas citadas no vídeo:

Caminho de Santiago: https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminhos_de_Santiago

Estrada Real: http://www.guiaviajarmelhor.com/estrada-real-minas-gerais/ e http://www.institutoestradareal.com.br/

Costa Verde & Mar: http://www.costaverdemar.com.br/cicloturismo/

Caminho da Fé: https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_da_f%C3%A9

Sobre os projetos:

Cicloamérica: http://expedicaocicloamerica.blogspot.com.br/
Projeto Transite: http://projetotransite.com.br/

 

Vídeo
1

Como ajustar altura de selim: parafusos e blocagem

Depois de algumas pedaladas, você reparou se suas pernas ficam dobradas de mais a cada giro ou se seu quadril fica escorregando pelos lados do selim (o banco da bicicleta) porque fica difícil alcançar o pedal, mesmo com as pernas esticadas?  Às vezes, a solução é simplesmente levantar ou abaixar o selim, respectivamente.

No tutorial de hoje, a Talita Noguchi, do bar e bicicletaria Las Magrelas, ensina a dica básica de como identificar se o que prende o canote (cano) do selim é parafuso ou blocagem, onde encontrar o parafuso (ou blocagem) relacionado à regulagem da altura do banco da bicicleta e qual ferramenta é a mais adequada para realizar essa tarefa.

Para começar, o canote do selim é o que prende o selim ao quadro (a principal estrutura de canos de metal) da bicicleta. Ela desliza verticalmente, para dentro ou para fora do quadro, e é responsável pela altura do selim.

Na junção entre o quadro e o canote de selim, há um anel circular aberto chamado de “braçadeira”, com as extremidades presas por parafuso ou por blocagem. O parafuso ou blocagem, quando fechado, aperta o anel, que pressiona o quadro e o canote, fazendo com que este não deslize pelo quadro.

Como abrir blocagem:

A blocagem pode ser identificada por ter uma pequena alavanca em um dos lados, ao centro da roda. Não é preciso usar nenhuma ferramenta além das mãos.

1. Empurrar a alavanca para fora e deixá-la perpendicular ao quadro;
2. Segurar a porca de parafuso que fica do outro lado da roda para a blocagem não girar em falso;
3. Girar a blocagem no sentido anti-horário;
4. Não é preciso desparafusar a blocagem por inteiro.

Como fechar blocagem:

Não é preciso usar nenhuma ferramenta além das mãos.

1. Segurar a porca de parafuso que fica do outro lado da roda para a blocagem não girar em falso;
2. Girar a blocagem no sentido horário;
3. Empurrar a alavanca para deixá-la em paralelo ao quadro.

 

Como abrir parafuso de cabeça hexagonal maior:

Para abri-lo, geralmente se usa uma chave plana tamanho 13 mm (treze), também conhecida como “chave de boca 13” ou “chave estrela 13”. Há parafusos em que se usa uma chave 14 mm.

1. Encaixar a chave no parafuso, de preferência “deitada”, ou seja, em uma posição paralela ao chão, de modo que você faça força para baixo na hora de girar a chave;
2. Girar o parafuso no sentido anti-horário;
3. Não é preciso desparafusar por inteiro.

Como fechar parafuso de cabeça hexagonal maior:

1. Encaixar a chave no parafuso, de preferência “deitada”, ou seja, em uma posição paralela ao chão, de modo que você faça força para baixo na hora de girar a chave;
2. Girar o parafuso no sentido horário.

 

Como abrir parafuso de cabeça com concavidade hexagonal pequena:

Para abri-lo, geralmente se usa uma chave allen tamanho 5 mm (cinco).

1. Encaixar a chave no parafuso, de preferência “deitada”, ou seja, em uma posição paralela ao chão, de modo que você faça força para baixo na hora de girar a chave;
2. Girar o parafuso no sentido anti-horário;
3. Não é preciso desparafusar por inteiro.

Como fechar parafuso de cabeça com concavidade hexagonal pequena:

1. Encaixar a chave no parafuso, de preferência “deitada”, ou seja, em uma posição paralela ao chão, de modo que você faça força para baixo na hora de girar a chave;
2. Girar o parafuso no sentido horário.

 

Vídeo
1

O que prende a roda da bicicleta: Parafuso e blocagem

Qual ferramenta se usa para soltar e prender a roda? Será que você realmente precisa de uma ferramenta para isso? Em situações como uma troca de câmara quando o pneu está furado (no primeiro tutorial do nosso site/canal no Youtube), uma dúvida tão básica quanto importante é saber se a sua roda é presa com parafuso ou com blocagem (também chamada de “quick release”).

A Talita Noguchi, do bar e bicicletaria Las Magrelas, mostra exemplos e ensina como abrir e fechar cada uma.

Como abrir blocagem:

A blocagem pode ser identificada por ter uma pequena alavanca em um dos lados, ao centro da roda. Não é preciso usar nenhuma ferramenta além das mãos.

1. Empurrar a alavanca para fora e deixá-la perpendicular ao quadro;
2. Segurar a porca de parafuso que fica do outro lado da roda para a blocagem não girar em falso;
3. Girar a blocagem no sentido anti-horário;
4. Não é preciso desparafusar a blocagem por inteiro.

Como fechar blocagem:

Não é preciso usar nenhuma ferramenta além das mãos.

1. Segurar a porca de parafuso que fica do outro lado da roda para a blocagem não girar em falso;
2. Girar a blocagem no sentido horário;
3. Empurrar a alavanca para deixá-la em paralelo ao quadro.

Como abrir parafuso:

O parafuso geralmente tem a cabeça em formato hexagonal. Para abri-lo, geralmente se usa uma chave plana tamanho 15 (quinze), também conhecida como “chave de boca 15” ou “chave estrela 15”. Há casos mais raros em que se usa uma chave 17 ou chave 13.

1. Encaixar a chave no parafuso, de preferência “deitada”, ou seja, em uma posição paralela ao chão, de modo que você faça força para baixo na hora de girar a chave;
2. Girar o parafuso no sentido anti-horário;
3. Não é preciso desparafusar por inteiro.

Como fechar parafuso:

1. Encaixar a chave no parafuso, de preferência “deitada”, ou seja, em uma posição paralela ao chão, de modo que você faça força para baixo na hora de girar a chave;
2. Girar o parafuso no sentido horário.

Onde comprar:
Chave 15: 
http://www.lasmagrelas.com.br/pd-2959ee-chave-combinada-15mm.html?ct=&p=1&s=1

Vídeo
0

Entrevista: Erika Sallum – Ciclismo de estrada

Agora, o Chave Quinze inaugura a seção de entrevistas!

Mulheres atuantes nas mais diversas áreas do mundo da bike nos apresentarão conceitos e dicas sobre categorias esportivas ou seus empreendimentos voltados para ciclistas.

Nossa primeira convidada é Erika Sallum, jornalista e ciclista de estrada! Ela edita publicações como a revista Go Outside e a Bicycling no Brasil, além de conduzir treinos de ciclismo de estrada em São Paulo.

E Talita Noguchi, do bar e bicicletaria Las Magrelas, conversa com pouco com a Erika sobre sua história em relação ao esporte, um breve panorama das provas ciclísticas tanto no Brasil quanto no exterior, as dificuldades inerentes ao próprio esporte e ao fato de ser mulher nesse meio, além das dicas para quem tem interesse em começar a treinar essa modalidade de ciclismo.

Para saber mais sobre as provas de ciclismo mencionadas:

L’Étape Brasil: http://www.letapebrasil.com.br/

Claro 110K: http://www.pedal.com.br/primeira-etapa-da-claro-100k-inaugura-o-rodoanel-com-premiacao-de-50-mil_texto3697.html

Tour Feminino de Santa Catarina: http://www.pedalafloripa.com/2015/09/tour-feminino-de-santa-catarina.html

Gran Fondo em Nova York: https://gfny.com/

Gran Fondo em São Paulo: http://fpciclismo.org.br/2015/07/granfondo-do-brasil-de-ciclismo-etapa-de-inverno-2015-confira-o-regulamento/

L’Étape França: http://www.letapedutour.com/ET1/us/homepage.html

Quebrantahuesos Espanha: http://www.quebrantahuesos.com/

Calendário de provas: http://www.cbc.esp.br/default/calendarios.php?m=estrada

0

Viagem ao Japão: curiosidades sobre bicicleta

No mês passado (agosto), depois de mais de um ano de planejamento, fui ao Japão a passeio com marido e mais dois amigos. Infelizmente, como um deles não sabia andar de bicicleta, não rolou passeio de bike pelas cidades, e o tempo era curto demais (apenas 18 dias no Japão, depois de descontar o tempo em avião e aeroporto para conexão) para fazer cicloviagem.

Ainda assim, reuni aqui algumas curiosidades em relação à bike que notei em cidades como Kyoto, Osaka e Tóquio.

1. Apesar de a bicicleta ser muito usada, não há tantos paraciclos.

Bicicletas estacionadas (sem paraciclo) em frente ao mercado Ebisu, em Kyoto, Japão.

Bicicletas estacionadas (sem paraciclo) em frente ao mercado Ebisu, em Kyoto, Japão.

Na rua ou em frente a estabelecimentos comerciais, é comum as pessoas simplesmente deixarem a bike apoiada em um pezinho (em inglês, “kickstand”) em uma das laterais da calçada ou encostada em grades que ficam na borda da calçada.
Paraciclo à frente da estação de trem de Osaka, Japão.

Paraciclo à frente da estação de trem de Osaka, Japão.

IMG_7856 IMG_7857 IMG_7858 IMG_7862 IMG_7863

Os poucos paraciclos que encontrei prendiam apenas a roda dianteira.

2. Bikes e travas.

IMG_8258

Bicicleta com trava prendendo apenas a roda traseira, no Parque de Maruyama, em Sapporo, Hokkaido, Japão.

Bicicleta com trava prendendo apenas a roda traseira, no Parque de Maruyama, em Sapporo, Hokkaido, Japão.

Também encontrei várias bikes estacionadas com travas de cabo de aço, que aqui no Brasil não costumam garantir segurança alguma. Muitas vezes, são modelos simples e baratos, de quadro rebaixado e sem muitas marchas, mas também vi essas travas prendendo bikes mais caras como as da marca Bianchi. Contudo, o mais frequente foi encontrar bicicletas com travas muito discretas, que prendem apenas a roda traseira. Não vi muitas das travas mais fortes, do tipo U-Lock.

Trava para bicicleta, de cabo de aço com... Rosquinha!

Trava para bicicleta, de cabo de aço com… Rosquinha!

3. Bikes elétricas.

Bicicleta elétrica com duas cadeiras para criança e cesto, em frente à entrada do Castelo de Osaka.

Bicicleta elétrica com duas cadeiras para criança e cesto, em frente à entrada do Castelo de Osaka.

IMG_7835

É grande a quantidade de pessoas que pedalam bikes elétricas. E geralmente são equipadas também com cestos e cadeirinhas para crianças dos mais diversos modelos (alguns até acolchoados). Mesmo tendo esse auxílio de motor, elas não andam como se estivessem em motoquinhas, sem pedalar. E pedalam bem devagar, aliás, quando estão na calçada (pelo motivo do item a seguir).

4. Não há muitas ciclovias ou ciclofaixas.

Compartilhamento por pedestres e ciclistas na calçada

Compartilhamento por pedestres e ciclistas na calçada

Pois é, tanta gente pedalando, e quase não há espaço exclusivo para elas. Porque, lá, com algumas exceções como parques e praças, bicicleta tem a liberdade de dividir espaço tanto com carros quanto com pedestres; ou seja, tem bike na rua e na calçada, e não vi ninguém buzinando ou jogando reclamações para cima de ciclistas.

Como isso funciona? Talvez porque um respeite o espaço do outro. Por exemplo, há alguns cruzamentos em que o farol abre tanto para pedestres quanto para carros que vão fazer conversão e cruzar a faixa aberta para pedestres. Os motoristas esperam pacientemente todos os pedestres atravessarem, sem buzinar. Além disso, os próprios carros não corriam muito, mesmo com a via livre.

E os ciclistas, quando estão na calçada, pedalam beeeeem devagar. Ninguém fica tocando terror para cima dos pedestres. Até porque, se alguém causa um atropelamento, rola uma indenização pesada para pagar à vítima.

5. Suporte para guarda-chuva ou sombrinha.

Bicicleta com cestos e suporte para guarda-chuva em Osaka, Japão.

Bicicleta com cestos e suporte para guarda-chuva em Osaka, Japão.

Detalhe do suporte para guarda-chuva no guidão.

Detalhe do suporte para guarda-chuva no guidão.

Ciclista mulher com guarda-chuva na bike para se proteger do sol

Ciclista com guarda-chuva na bike para se proteger do sol

Como viajei para lá no alto verão, muito quente e abafado, tive a oportunidade de encontrar pessoas andando de bicicleta com guarda-chuva preso ao guidão para se proteger do sol ou da chuva.

6. Manguitos.

Ciclista mulher vestindo luvas compridas, estilo manguito, em Osaka, Japão.

Ciclista vestindo luvas compridas, estilo manguito, em Osaka, Japão.

Ciclista mulher vestindo luvas compridas, estilo manguito, e levando um bebê com capacete em Osaka, Japão.

Ciclista vestindo luvas compridas, estilo manguito, e levando um bebê com capacete em Osaka, Japão.

Mulheres de várias idades, tanto andando de bicicleta quanto a pé, usam algo tipo manguito, luvas sem dedos que se estendem até acima do cotovelo, para se proteger de queimaduras de raios solares.

7. Bikes para aluguel.

Não encontrei muitos postos de locação de bicicletas, apenas uma bicicletaria ou outra que fornecia esse serviço. Mas havia vários em Odaiba, Tóquio, uma área turística. O pagamento dessas bikes de aluguel (semelhante ao sistema que encontramos em alguns bairros de São Paulo ou Rio de Janeiro) pode ser feito com o crédito de cartões de passe de ônibus/metrô/trem (como o Bilhete Único de São Paulo).
Bikes de aluguel em Odaiba, Japão.

Bikes de aluguel em Odaiba, Japão.

image

Inclusive, esses cartões japoneses podem ser usados para pagar compras em lojas de conveniência e em máquinas de venda automáticas de bebidas que encontramos dentro das estações de trem e metrô (as máquinas de rua só aceitam notas ou moedas).
Chegamos a alugar bicicletas em um bairro turístico na periferia de Kyoto. Havia um estabelecimento próprio para isso, com modelos simples à disposição, sem marchas. O aluguel foi caro, até: 1000 ienes a diária (mais um menos 30 reais na cotação atual). Mas é um serviço voltado principalmente para turistas, não para pessoas que queiram pedalar no dia a dia. E nos entregaram um folheto com algumas regras de trânsito e recomendações de como evitar acidentes.
Folheto explicativo com regras de trãnsito e dicas para evitar acidentes.

Folheto explicativo com regras de trãnsito e dicas para evitar acidentes.

A tradução deste folheto é a seguinte:
A princípio, quando você pedala uma bicicleta, deve transitar no bordo da pista.
Não é permitido pedalar no lado direito da via.
Não é permitido que duas bicicletas andem lado a lado.
Não é permitido que duas pessoas andem na mesma bicicleta.
Não é permitido usar celular enquanto pedala.
Não é permitido pedalar com o guarda-chuva aberto. (Talvez este esteja se referindo a segurar o guarda-chuva com a mão, não preso em suporte)
Não é permitido pedalar sem luzes ligadas à noite e em lugares escuros.
Quando frear sua bicicleta, acione os freios dianteiro e traseiro ao mesmo tempo.
(Ou) Acione primeiro o freio traseiro (no manete esquerdo) e, em seguida, o freio dianteiro (no manete direito).
Nota: No Brasil, o freio traseiro geralmente é acionado no manete direito e o dianteiro, no manete esquerdo.
Quando for subir a guia de uma calçada, faça isso com a bicicleta em um ângulo mais perpendicular a ela, sempre que possível. É muito comum acontecer acidentes por queda.
Quando for subir uma ladeira, não se esforce tanto. Quando for descer a ladeira, desacelere.

Tome cuidado para não se machucar. Caso ocorra um acidente grave, ligue para o 119 para chamar uma ambulância. Se o acidente não for grave, ligue para nós, primeiro.

8. Relevo.

A maioria das cidades que visitamos tem terreno praticamente plano, sem ladeiras íngremes. A maiores diferenças de altimetria ficam nos bairros mais periféricos ou em ruas nos arredores de templos mais afastados dos centros e geralmente localizados em montes e montanhas.

 

Enfim, vendo algumas das soluções engenhosas deles, não resisti e trouxe uma delas para São Paulo na minha mala: o suporte para guarda-chuva! É o que está me salvando de cozinhar a cabeça dentro do capacete nestes dias de mais de 30 graus.

Minha salvação nesta primavera com cara de verão

Minha salvação nesta primavera com cara de verão

Vídeo
0

Como instalar pedais

Por um motivo ou outro, chegou a hora de instalar seus pedais. Ou os seus pedais antigos quebraram e foram pro beleléu, ou a sua bike comprada pela internet não veio com os pedais instalados, ou você decidiu fazer um upgrade e trocar por pedais melhores.

Para não deixar seu dinheiro ir pro ralo por descuido, a Talita lembra que o par de pedais vem com um pedal específico para cada lado. E que colocar o pedal direito no pedivela esquerdo (e vice-versa) pode causar um estrago e espanar a rosca do pedivela, que não costuma ser uma peça barata. Então, o pedal direito vai no pedivela direito, e o pedal esquerdo vai no pedivela esquerdo.

A referência do lado direito/esquerdo do pedivela leva em consideração quando você se senta na bike para pedalar, correspondendo ao lado da sua mão direita/esquerda.

Para identificar o lado certo do pedal, há uma indicação na extremidade da rosca dela, que irá se encaixar na rosca do pedivela: a letra “R” significa “right”, que é “direito” em inglês, e no outro pedal haverá a letra “L”, de “left”, que é “esquerdo” em inglês.
Materiais:

1. Chave de boca 15 (quinze), que é a chave aberta; neste caso, não serve a chave estrela 15, porque tem o formato circular fechado e não encaixa na rosca do pedal depois de acoplado ao pedivela;
2. Par de pedais.

Como instalar os pedais:

No vídeo, esta manutenção é feita com a bicicleta encaixada em um apoio na parte traseira do quadro. Mas pode ser feita com a bicicleta apoiada em uma parede.

1. Pegar o pedal direito e encaixar no pedivela direito, girando a rosca do pedal para a frente, no sentido horário;
2. Encaixar a chave de boca 15 na rosca do pedal e fazer o pedivela girar para trás no sentido anti-horário;
3. Pegar o pedal esquerdo e encaixar no pedivela esquerdo, girando a rosca do pedal para a frente, mas desta vez no sentido anti-horário;
4. Encaixar a chave de boca 15 na rosca do pedal e fazer o pedivela girar para trás, desta vez no sentido horário.

Onde comprar:
Chave 15: 
http://www.lasmagrelas.com.br/pd-2959ee-chave-combinada-15mm.html?ct=&p=1&s=1

Vídeo
0

Como limpar corrente / MissingLink / PowerLink

A corrente, parte tão importante da bicicleta, às vezes pede pequenos cuidados que fazem toda a diferença e definem se você vai pedalar tranquilamente ou sofrendo um pouco. Em outras palavras, se o seu pedal vai girar suave ou se vai parecer uma porta enguiçada e emperrada.

Já foi mostrado anteriormente como lubrificar a corrente (neste post aqui), e desta vez a Talita dá as dicas para um cuidado um pouco mais detalhado: o de limpeza. O mais recomendável é lavar a relação inteira (o conjunto corrente-cassete-coroa), pois a sujeira da corrente afeta os dentes das engrenagens tanto do cassete (na roda traseira) quando da coroa (junto ao pedal). Mas na pressa ou na preguiça do dia a dia, principalmente depois de um dia pedalando na chuva, vale a pena cuidar pelo menos da corrente.

Materiais:

1. Escova (pode ser aquela escova de dente velha e prestes a ser descartada);
2. Pote com água;
3. Detergente.

Como limpar a corrente (modo fácil):

No vídeo, esta manutenção é feita com a bicicleta encaixada em um apoio na parte traseira do quadro. Mas pode ser feita com a bicicleta virada de cabeça para baixo. E facilita a sua vida se, antes de tudo, mudar a marcha traseira para a mais pesada e deixar a corrente encaixada na menor engrenagem do cassete.

1. Pegar o pote com água, adicionar detergente e misturar;
2. Molhar a escova na mistura;
3. Esfregar a escova na parte interna e externa da corrente;
4. Girar o pedal para alcançar a próxima parte da corrente até que todos os elos sejam lavados;
5. Usar água e escova limpa para retirar o resíduo de detergente;
6. Secar a corrente com pano;
7. Aplicar lubrificante por toda a extensão da corrente.

Como limpar a corrente (modo um pouquinho mais trabalhoso):

1. Abrir um dos elos da corrente;
2. Puxar a corrente para soltar das engrenagens;
3. Lavar a corrente em bacia ou tanque, e pode esfregar com uma escova maior para limpar por todos os lados;
4. Girar o pedal para alcançar a próxima parte da corrente até que todos os elos sejam lavados;
5. Usar água e escova limpa para retirar o resíduo de detergente;
6. Secar a corrente com pano;
7. Encaixar e passar a corrente ainda aberta pela primeira roldana do câmbio (o “macaquinho”), passando por cima dela. Geralmente é a engrenagem pequena que fica mais baixa que as engrenagens do cassete (as marchas traseiras) e mais para trás da bicicleta;
8. Passar a corrente pela segunda roldana do câmbio, encaixando por baixo dela e subindo para trás. Essa segunda roldana é uma pequena engrenagem que fica um pouco à frente da primeira roldana;
9. Puxar a corrente e encaixar por cima da engrenagem de uma das marchas. Se você deixou a marcha traseira na mais pesada antes de começar tudo, é só encaixar a corrente na menor engrenagem;
10. Continuar puxando a corrente até passar por dentro do câmbio dianteiro, que fica por cima da coroa (o conjunto de engrenagens da marcha dianteira);
11. Encaixar a corrente em uma das engrenagens da coroa, correspondente à marcha deixada no trocador que fica no guidão;
12. Juntar as extremidades da corrente;
13. Fechar o elo da corrente;
14. Lubrificar a corrente.

O PowerLink, que também pode ser chamado de MissingLink, é um elo avulso mais fácil de ser encaixado ou solto. Como mostrado no vídeo, para usá-lo, você precisa antes retirar um elo inteiro da corrente, geralmente o mais largo, logo que solta a corrente da bicicleta (após o passo 2 do modo mais trabalhoso) ou pouco antes de encaixá-la de volta nas roldanas do câmbio (antes do passo 7 do modo mais trabalhoso). É no lugar desse elo mais largo que você encaixa cada peça desse PowerLink nos elos que restaram nas extremidades da corrente.

Um cuidado na hora de comprar o PowerLink é conferir se ele é adequado à sua bicicleta, à quantidade de marchas que você tem, pois a sua espessura/ tamanho varia. O elo de uma corrente para bicicleta fixa, por não ter marchas, é bem mais grosso que o elo de uma corrente para 8 marchas, por exemplo. Também há tamanhos específicos correspondentes a correntes para 9, 10 ou 11 marchas, que são respectivamente cada vez mais finas.

Onde comprar:
Emenda de corrente (MissingLink) para 6, 7 e 8 velocidades:
http://www.lasmagrelas.com.br/pd-285e99-emenda-de-corrente-6-7-8.html?ct=&p=1&s=1
Emenda de corrente (MissingLink) para 9 velocidades: http://www.lasmagrelas.com.br/pd-100c97-emenda-corrente-de-9-velocidade-kmc.html?ct=&p=1&s=1
Emenda de corrente (MissingLink) para 10 velocidades: http://www.lasmagrelas.com.br/pd-285ee3-emenda-de-corrente-10v.html?ct=&p=1&s=1
Emenda de corrente (MissingLink) para 11 velocidades: http://www.lasmagrelas.com.br/pd-285eec-emenda-de-corrente-11-velocidades.html?ct=&p=1&s=1

Vídeo
0

Como regular marcha traseira (parte 3)

De vez em quando, na hora de trocar a marcha para a mais pesada ou para a mais leve, a corrente da sua bicicleta cai e, quando “o dia tá ruim”, fica presa entre as engrenagens traseiras (“cassete”) e o quadro?

Talvez isso seja apenas falta de regulagem de um dos dois pequenos parafusos que controlam o limite da movimentação do câmbio traseiro, ou seja, o “batente”. Esse limite de ação é a distância em que o câmbio vai puxar a corrente na troca para a primeira ou última marcha.

Por exemplo, se o parafuso que controla o limite da marcha mais leve (a primeira marcha, da engrenagem maior) está bem regulado, o câmbio puxa a corrente e encaixa exatamente sobre essa engrenagem maior. Se o parafuso estiver muito solto, o câmbio vai entender que o limite não está sobre a engrenagem maior, e vai puxar a corrente para fora do conjunto de engrenagens, o “cassete”.
Também é possível mudar o limite apertando mais esse parafuso, para que o câmbio puxe a corrente até a segunda maior engrenagem (segunda marcha) e ignore a maior (primeira marcha). É um recurso que pode ser usado nas seguintes situações:

A: A corrente da sua bicicleta se partiu e foi preciso retirar elos para remendá-la. Como a corrente ficou mais curta sem esses elos, ela pode não ter comprimento suficiente para girar em torno da engrenagem maior; ou
B: Por algum motivo, na hora de montar a sua bicicleta ou trocar peças, foi colocado um trocador (“passador”) de marchas (geralmente no guidão) com um maior número de marchas do que a quantidade de engrenagens que há no cassete. Assim, a ideia é fazer o trocador de marchas ignorar as marchas extras e se comportar como se seu número de marchas fosse o mesmo que o número de engrenagens.

Material:

Chave de fenda ou chave Phillips.

Como ajustar o câmbio traseiro por meio do parafuso de batente:

Esse tipo de ajuste pode ser feito com a bike sobre algum suporte de parede ou um suporte de chão que deixe a roda traseira suspensa, ou de cabeça para baixo.

Os parafusos de batente geralmente são uma dupla de pequenos parafusos na parte traseira do câmbio.

1. No exemplo do vídeo, o parafuso de cima controla o limite do câmbio em relação à engrenagem menor. Se esse parafuso estiver muito solto, a corrente pode “cair” da engrenagem quando você muda para a marcha mais pesada, e se prender entre a engrenagem e o quadro (mais exatamente, a parte chamada de “gancheira”). Essa é aquela situação mais chata em que é difícil desengatar a corrente para colocá-la de volta ao lugar, fazendo com que às vezes precise soltar a roda para soltar a corrente. Para resolver esse problema e não precisar passar pelo inferno da corrente caindo e emperrando novamente, é só apertar esse parafuso no sentido horário.

2. O parafuso de baixo controla o limite do câmbio em relação à engrenagem maior. Quando esse parafuso está muito solto, o câmbio puxa demais a corrente quando se muda para a marcha da engrenagem maior e ela acaba sendo posicionada fora do conjunto de engrenagens e “cai”. Mas não é um caso tão chato quanto o citado no parágrafo acima. Para se prevenir de novos problemas como esse, se aperta o parafuso também no sentido horário até a corrente se encaixar corretamente. Para mudar o limite nos casos A e B citados (da corrente encurtada e do trocador de marchas), continue apertando até a mudança de marcha parar em outra engrenagem, não na maior.

Vídeo
0

Como regular marcha traseira (parte 2)

Na postagem anterior, foi apresentado o câmbio e sua função, alem dos problemas que podem surgir quando alguns de seus componentes não estão perfeitamente regulados. No segundo vídeo da série sobre “regulagem de marcha (câmbio) traseira”, a Talita Noguchi, do bar e bicicletaria Las Magrelas, mostra mais uma parte do câmbio e como ajustá-lo.

Material necessário:

1. Chave allen tamanho 5 mm (cinco milímetros). Ela pode ser encontrada na maioria dos canivetes de chaves; para identificá-la, é a chave com a extremidade plana e hexagonal, com “5 mm” escrito na lateral.

Como ajustar o câmbio traseiro por meio do parafuso que prende a extremidade do cabo:

Esse tipo de ajuste pode ser feito com a bike sobre algum suporte de parede ou um suporte de chão que deixe a roda traseira suspensa, ou de cabeça para baixo.

O parafuso que prende a extremidade do cabo de marcha geralmente se localiza na parte de baixo do câmbio. Assim como os parafusos apresentados no vídeo “Como regular marcha traseira (parte 1)”, ele determina se a troca de marcha será rápida ou lenta, ou se simplesmente não funcionará, se estiver com o cabo frouxo demais.

1. Na hora de fazer o ajuste, é recomendável deixar a corrente encaixada na marcha mais pesada, a engrenagem menor, com o cabo afrouxado;
2. Com o ajuste do parafuso de tensionamento do conduíte do cabo, mostrado no vídeo anterior, deixa-se o cabo mais frouxo ainda, pronto para o passo seguinte;
3.
 Girar o parafuso da extremidade do cabo no sentido anti-horário para soltá-lo;
4. Puxar a extremidade do cabo, agora solto, para esticá-lo;
5. Com o cabo esticado, girar o parafuso da extremidade do cabo no sentido horário, para apertá-lo.

Onde comprar:
Canivete com chave allen:
http://www.lasmagrelas.com.br/canivete-multi-funcao-ct-6a34a

Vídeo
0

Como regular marcha traseira (parte 1)

O câmbio é, basicamente, um conjunto de peças localizado junto ao eixo central da roda traseira (no caso do câmbio traseiro) ou próximo aos pedais (no caso do câmbio dianteiro), responsável pela troca de marchas. Ele “puxa” a corrente para encaixá-la de uma engrenagem a outra. Geralmente, cada um dos câmbios é controlado por alavancas geralmente localizadas nas manoplas (no guidão), perto da alavanca de freio.

Quando o câmbio funciona perfeitamente, é uma beleza: você aciona a alavanca de câmbio e a marcha muda prontamente e de forma suave. Quando precisa da marcha mais pesada para pegar mais velocidade, você gira o pedal durante a troca e ela fica mais pesada sem dar “trancos”. Na hora de subir uma ladeira mais pesada, a marcha fica mais leve antes que o pedal fique pesado demais para conseguir rodar e completar a troca (isso se acionou o câmbio no momento correto), e não ouve estalos altos ou sente “tremidos” estranhos, quando a corrente “pula” de forma inadequada.

Neste primeiro vídeo de uma série sobre “regulagem de marcha (câmbio) traseira”, a Talita Noguchi, do bar e bicicletaria Las Magrelas, ensina a fazer ajustes que regularão a troca de marcha, para que a corrente mude corretamente de uma engrenagem a outra sem “pular” marcha ou sem atrasar demais a troca.

Como ajustar o câmbio traseiro por um dos parafusos que tensionam o cabo:

Esse tipo de ajuste pode ser feito com a bike sobre algum suporte de parede ou um suporte de chão que deixe a roda traseira suspensa, ou de cabeça para baixo. E não é necessário utilizar ferramenta.

O parafuso responsável pelo tensionamento mais preciso do cabo costuma se localizar perto do manete, próximo à alavanca do câmbio no guidão, e/ou no câmbio traseiro.

1. Na hora de fazer o ajuste, é recomendável deixar a corrente encaixada na marcha mais pesada, a engrenagem menor, com o cabo afrouxado, para só então regular o tensionamento do cabo e “esticá-lo”;
2.
 Girar o parafuso no sentido anti-horário faz com que ele se solte, deixando o cabo mais tensionado. Isso faz com que ele troque mais rapidamente de uma marcha par sem a outra mais leve (engrenagens maiores e mais próximas à roda), mas, se tensionar demais, demora mais para trocar para as marchas mais pesadas, às vezes não trocando ou pulando marchas.
3. Girar o parafuso no sentido horário faz com que ele se solte e deixe o cabo mais laceado (frouxo). Quando fica solto demais, a marcha não muda corretamente para as mais leves, e até “pula” marchas, e mudam tão rapidamente para as marchas mais pesadas que encaixam na engrenagem errada;
4. O importante é ter paciência e ajustar até um meio-termo em que o câmbio troque as marchas para as mais pesadas ou para as mais leves na mesma velocidade, sem “pular” marcha em nenhum momento.

 

4

Mitos e dicas sobre bikes para mulheres

Dúvidas que surgem ao adquirir uma bicicleta

Questionamentos ao se comprar uma bike sendo uma mulher

Quando se faz uma procura em qualquer buscador na internet, os primeiros resultados sempre são inúmeras bicicletas que simplesmente apresentam uma estética que se acredita como “feminina”, mas que não atendem, de fato, o universo da mulher.

Em uma busca um pouco mais objetiva, indo além da página dois do que seria uma “bicicleta para mulher”, já é possível encontrar alguns modelos que apresentam soluções interessantes. Algumas marcas andam notando esse nicho específico e fazendo sua lição de casa para atender esse mercado, que para eles é nascente. Contudo, as mulheres estão aí desde que o mundo é mundo, representam uma parcela considerável do mercado consumidor e o atendimento específico a elas ainda é algo bastante novo.

O que olhar numa bicicleta além da estética:

FUNCIONALIDADE: híbrida, fixa, single speed, dobrável, MTB, speed, cyclocross, bmx. Ou seja, se vai ser usada em estrada de terra, no asfalto, se será carregada em transporte público, ou em longos trajetos cicloturísticos, etc. Existe uma boa variedade de tipos de bike que podem ser procurados. Essa escolha INDEPENDE do gênero.

TAMANHO: um cuidado ao se procurar uma bicicleta é o tamanho dela (do quadro), normalmente encontrada das seguintes formas:

  • POLEGADAS: (15”, 17”, 19”, 21” ou 16”, 18”, 20”, 22”) nesse caso, já notei que as pessoas com menos conhecimento na área tendem a confundir o tamanho do aro (ou seja, o tamanho da roda) com o tamanho da bicicleta, por conta de usarem a mesma unidade de medida;
  • CENTÍMETROS: 48cm, 50cm, 52cm, 54cm e por aí vai.
  • SS, S, M, L, XL, XLL, XLLL: quando se encontram no padrão “pequena”, “média” e “grande” é importante checar sua equivalência em relação a uma das unidades acima citadas.

Existem algumas tabelas na internet para auxiliar nessa procura. Para a maioria dos casos, essas tabelas dão certo, mas existem pessoas com certas peculiaridades. Então, é sempre bom falar com algum especialista no assunto para ter certeza, lembrando sempre que essas tabelas que levam em conta somente a estatura têm por base muitas vezes uma realidade à qual não pertencemos, como o padrão europeu. Exemplo: orientais costumam ter o tronco mais comprido e o “cavalo” (a distância entre a base do tronco e a sola dos pés) mais curto em comparação às europeias, e isso influencia bastante no tamanho da bicicleta. Acontece a mesma coisa com pessoas mais longilíneas. É sempre bom lembrar que, mesmo havendo uma padronização, cada pessoa tem sua idiossincrasia, então é sempre bom prestar mais atenção ao que seu corpo fala durante uma pedalada do que em tabelas de internet. Outra coisa, quando for fazer um teste na bicicleta, não considere que uma simples volta no quarteirão vai te deixar realmente a par do “fit” (“tamanho e ajuste”) da bike para você.

Ilustração explicativa sobre cavalo

ESPECIFICIDADES: aqui entram as reais diferenças técnicas que dizem respeito a diferenças biológicas na escolha de uma bike. Farei uma lista abaixo de alguns detalhes a serem observados:

SELIM: o tamanho e as áreas de contato, considerando a morfologia dos ossos do quadril que se diferencia entre homens e mulheres, são coisas que acabam fazendo muita diferença. Algumas marcas já fazem selins que respeitam esses fatores;

MANOPLAS: a mão de muitas mulheres costuma ser menor que a dos homens. Assim sendo, as manoplas precisam ter um diâmetro reduzido para poderem se adequar melhor (o que não significa de forma alguma que não existam mulheres com mãos maiores ou homens com mãos menores, ou qualquer variação que se possa pensar);

STI/FREIO: o mesmo caso descrito no item acima se adequa aos manetes de freio e STIs, sendo que algumas marcas e modelos incluem um calço para STIs, a fim de tornar seu acionamento mais fácil para quem tem a mão menor.

QUADRO: pela diferença de estatura e proporção corporal, algumas variações foram feitas por algumas marcas. Por exemplo, o tamanho “P” dos quadros para mulheres são menores do que os “P” feitos para homens. Essa diferença é importante, pois consegue ser mais abrangente e factível para o uso de muitas de nós. É importante ressaltar que os padrões atendem uma média geral e irei citar o caso específico do meu quadro para deixar algumas questões mais claras: meu quadro é um “’P’ feminino”, ou seja, menor que os “’P’ masculinos”. Eu. sendo descendente de oriental, tenho um tronco comprido e, na verdade, seria mais adequado usar um “’M’ feminino” da mesma marca, ou um “’P’ masculino”.

SUPENSÃO: é comum o tronco de uma mulher ser mais leve que o tronco de um homem, logo, a força que aciona a suspensão (“amortecimento”) é diferente nos dois casos. Esse ajuste pode ser feito diretamente na suspensão e também já existem algumas que vêm com uma modificação para acioná-la com uma força menor;

GUIDÃO: em muitas modalidades, é interessante que o guidão tenha a largura do ombro de quem está pedalando a bicicleta. Em muitos casos, é fácil acertar essa medida simplesmente cortando o componente, mas essa é uma tática que não pode ser usada com o guidão de speed (o modelo chamado “drop”, curvado para baixo), por exemplo, quando é importante que a bike já venha com essa peça no tamanho adequado. Existem marcas com modelos de bicicleta que já vêm com um guidão padrão de 38cm, uma largura menor e mais adequada às mulheres, o que é impossível de acontecer com as bicicletas speed tradicionais.

MITOS:

Mulheres devem usar quadro rebaixado/step through: não, esse não é um fato que se adequa a TODAS as mulheres. Ele é interessante nos seguintes casos: para subir e descer da bike com maior facilidade; para dar maior segurança psicológica às pessoas que estão começando a pedalar, pois elas se sentem mais seguras para colocar o pé no chão rapidamente, se necessário – essas duas questões independem de gênero; e, por fim, para usar saia. Mas, quanto a esse último exemplo, tem muita mulher que não usa saia e tem muita mulher que usa saia e se vira bastante bem com um quadro no formato “diamante” clássico (com o tubo superior alto e praticamente horizontal); além disso, não é um quadro somente para mulheres.

Quadro step-through (

Quadro step-through (“rebaixado”) e diamante

Esteticamente ‘feminino’: não existe nada de errado em as coisas terem essa característica (como cores que variam entre o rosa e o azul bebê, ou estampas de flores), mas absolutamente TODAS as coisas voltadas para esse público terem essa configuração é problemático (ou melhor dizendo, MUITO FRUSTRANTE), pois é como se todas as mulheres se enquadrassem em um único gosto estético. Não, isso não é verdade. As flores e formatos geométricos delicados podem e devem ficar, mas também deve haver outras opções. Algumas marcas de roupa de ciclismo muito boas decidiram que borboletas deveriam estar em TODAS as estampas, e isso com certeza contou na hora de muitas fazerem suas escolhas ao comprar ou não os seus produtos.

Este texto foi escrito para ajudar algumas mulheres que estejam pesquisando sobre o que levar em conta na hora de adquirir uma bike. E fica a esperança de que as empresas do ramo, em um futuro próximo, tragam maior variedade e adequações mais práticas a esse público.

(1) Nesse texto estou colocando mulher e homem “cis” como “padrão” por uma questão prática.
(2) Nesse capítulo especificamente estou falando sobre diferenças anatômicas entre a média da população “cis”. Se houver alguma informação sensível que não foi colocada, ou mesmo mal colocada, gostaria de ser avisada para não incorrer no mesmo erro.